segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Cutura e aculturação: o Papalagui

Podes requisitar o Papalagui na Biblioteca da escola. Vais gostar.

Gostaria que tomassem em atenção este depoimento de uma colega vossa, a Fabiana Moura, que, em 2005, foi «obrigada» a ler este livro pela sua professora de Português. Reparem no que ela diz, antes de ser eu próprio a recomendá-lo para a turma, o que vou fazer, desde já, na próxima sexta-feira. Mas teremos tempo de fazer algumas fichas de leitura sobre a Cultura e Aculturação...
Prof.António Luís Catarino

"O Papalagui"
Comecei por ler este livro por obrigação, porque tinha que o ler para Português, mas logo no capitulo 1º toda essa má vontade em o ler desapareceu. Para quem não sabe, Papalagui significa, o Branco, o Estrangeiro. O livro baseia-se nos discursos de um chefe de tribo: tiavéa de tuiavii. A simplicidade, ingenuidade do seu pensamento, faz com que qualquer pessoa pense de facto no que ele afirma. Tiavéa retrata o Homem Europeu, que para ele, nada tem de bom e de feliz. Tiavéa fala das inumeras roupas com que o Homem Branco cobre a sua pele, das casas em que vive, de como os que possuem demasiado, ou seja, os ricos, nada partilham com os que pouco ou nada possuem, de como o Homem nunca tem tempo e faz de tudo uma profissão, do facto de que a máquina que o Homem inventou em nada se compara com as maravilhas que Deus criou. Tiavéa diz que o Homem quer ser Deus, que quer controlar a água, o fogo, a luz da lua e do sol. E que todas estas coisas fazem o Papalagui (o homem) triste, e Deus mais pobre.

É realmente um livro que nos leva a pensar se a nossa forma de viver será a mais correcta. Não deveríamos nós partilhar a nossa casa com quem não tem? Ou partilhar comida? Será que todas estas "coisas" que possuimos farão realmente falta? Não deveríamos todos nós ter os mesmos direitos? São nestas perguntas que Tiavéa nos faz pensar.

Aqui fica um excerto:
"Que pensaríeis vós, irmãos, de um homem que, possuindo uma cabana suficientemente grande para lá caber toda a aldeia de Samoa, recusasse o seu tecto, por uma noite que fosse, ao viandante que passa? Que pensaríeis de um homem que, tendo nas mãos um cacho de bananas, nem uma só oferecesse ao esfomeado que lha pede? Leio no vosso olhar a indignação e vejo nos vossos lábios um grande desprezo. Pois é exactamente assim que o Papalagui se comporta em todas as circunstâncias da vida.(...)O Papalagui, esse, tem respeito pelo grande numero de esteiras(casas, propriedades) e de porcos que o seu irmão possui, e não lhe interessam para nada."

Assim, aconselho-vos a ler este livro, que eu achei fantástico.

Posted by fabiana_moura at janeiro 22, 2005 09:44 PM

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